terça-feira, 25 de maio de 2010

Isso é uma loucura!


PARA MATAR DE RAIVA
*POR SIDNEY OLIVEIRA

Quando eu tinha por volta de dezenove anos, eu fui trabalhar numa loja de carros de um primo, foi um dos meus primeiros empregos, apesar da minha função modesta, o salário era bom, a única desvantagem era que o pagamento era semanal (as sextas-feiras). Em uma bendita sexta-feira eu havia recebido o pagamento, (o equivalente a uns trezentos reais hoje em dia) e fui até uma loja de departamentos que fica no Centro de Belém, após percorrer vários corredores, percebi que uma moça estava com a bolsa aberta, me dirigi até ela e lhe informei, ela ficou um pouco assustada, mas, me agradeceu pela gentileza. Logo em seguida eu fui para o segundo andar para ver alguns CD’s, porém não comprei nada, ao retornar ao térreo, percebi que alguns seguranças estavam na parte debaixo da escada rolante, quando me aproximei, um deles solicitou que eu o acompanhasse até a gerência. Esta loja tinha por rotina encaminhar as pessoas que eram flagradas roubando até uma sala com uma um vidro enorme, até a chegada da polícia, dava pra ver quem estava lá dentro, toda vez que eles pegavam alguém, todos os clientes iam lá pro vidro para olhar a cara do ladrão. Ao chegar a gerência, a primeira pessoa que eu vi, foi a moça da bolsa aberta, chorando e gritando que eu era o ladrão que a roubara, a essa altura o gerente já havia ligado para a policia.
Logicamente que o meu mundo desabou, não sabia o fazer, o desespero começou a tomar conta de mim, minhas pernas começaram a tremer, o coração queria saltar pela boca, um segurança me ameaçou com a arma, o gerente começou a gritar que eu deveria devolver o dinheiro, a mulher cravou as unhas na minha cara, quase arranca meus olhos. Depois de uns dois minutos, foi que eu me dei conta do que estava acontecendo, respirei fundo e perguntei quanto eu havia roubado, o gerente falou R$ 300,00, exatamente o que eu tinha na carteira, todo o meu salário da semana, dinheiro que eu estava guardando pra comprar uma MOTO, que eu fiquei com pena de comprar um CD, desta vez o coração pulou, caiu a uns três metros de mim, já desesperado, sabendo que quando a policia chegasse eu iria “levar muita porrada”, e o pior tudo, na frente de todos os clientes, que a essa altura já era uma multidão, gritando pro gerente me jogar de lá da sala de vidro pra conversar com eles, (não sei qual era o assunto) porque até as pessoas que passavam na frente da loja, entravam pra ver o ladrão.
No afã do meu desespero, sugeri que ela abrisse novamente a bolsa e verificasse melhor, ela ficou mais possessa ainda e jogou a bolsa na minha direção, eu desviei e pegou na cara do gerente, era bagulho espalhado pra todo lado, nunca vi lugar pra ter tanta porcaria como bolsa feminina, tinha batom de cinco qualidades, calcinha, absorvente, pente, peixe frito, pó compacto e uma bolsinha de couro preta.
Eu peguei a tal bolsinha e pedi a um policial que ia entrando que ele a abrisse e a examinasse, para surpresa de todos, o dinheiro estava lá, todo dobradinho.
A torcida lá fora calou, o jogo havia virado, foi um show de desculpas, eu entrei na sala como ladrão, vagabundo, pilantra e agora era senhor, doutor, moço, me perdoe em vários idiomas, até o policial pediu desculpa (aí eu já peguei pesado), minha única reação, foi olhar pro gerente e perguntar se eu já podia ir embora, ele me pediu mais duzentas desculpas e falou que sim.
Ninguém arredou o pé de lá, nem da sala nem da loja, enquanto eu descia a escada eu olhei para aquela multidão e fiz um gesto de “todo mundo se f.u.d.e.u” e sai o mais depressa possível.
Quando eu estava na parada do ônibus, percebi que alguém me acenava de dentro de um carro, para minha surpresa, era a dita mulher que me acusara, ela desceu do carro, foi lá comigo e novamente pediu mil e uma desculpas, eu falei que já havia até esquecido, que ela fosse embora senão eu iria me aborrecer de novo e seria capaz de fazer tudo que me deu vontade na hora que o dinheiro apareceu...
...Ela disse que estava muito arrependida pelo que aconteceu e chorou muito por ter acusado um inocente, depois pediu pra me levar pra casa, ela insistiu tanto que eu aceitei só para que ela parasse de pedir perdão, no carro, continuou a mesma avalanche de desculpas que já estava até doendo meu ouvido. No caminho de casa, ela disse que iria parar um instante no apartamento dela, para deixar as compras, já que havia alguns produtos perecíveis, insisti para ficar no carro, mas ela insistiu mais ainda para eu subir, sem ter como negar, eu fui com ela até o apartamento, enquanto ela foi para a cozinha eu fiquei aguardando na sala. O apartamento era uma coisa de louco, acho que aquela mulher era dona de uma galeria de arte, a quantidade de objetos de valor espalhado pela sala, era absurda, havia várias estantes cheias de estatuas, porta-jóias, objetos de cristal e mais uma centena de outras coisas que eu nem sabia do que se tratava. Foi quando eu vi um armário de vidro, com inúmeros relógios despertadores, havia pelos menos uns duzentos, de todo tipo, desde os mais simples até um todo de ouro. Não sei o que se passou na minha cabeça, só sei que eu abri o armário e peguei o relógio de ouro e coloquei na mochila...
Quase que ela me flagra, por muito pouco mesmo, mas, ainda bem que não aconteceu o pior, descemos, e fomos para o carro, quando nós estávamos na garagem chegou o marido dela, ele perguntou se estava tudo bem comigo, uma vez, que ela ligara e pedira pra ele vir para casa e adiantou alguns detalhes do que havia acontecido.
O marido dela me pareceu um cara legal (talvez preocupado com quais medidas eu iria tomar) me tratou educadamente, me falou que era delegado e que eles estavam casados há pouco tempo e ficou muito nervoso, na hora que soube que a esposa havia sido roubada, só depois que ela ligou novamente, avisando que a situação já havia sido resolvida e que tudo foi um grande mal entendido, foi que ele conseguiu guardar a arma.
Eu moro na região metropolitana de Belém e de lá do centro até onde eu moro é quase uma hora de viagem, até que o papo estava bom eu já tinha digamos, me recuperado do susto e ainda me sentia extremamente vitorioso por ter me vingado, tirando aquele relógio de ouro.
Mas, meus amigos, o mal nunca está impune, quando eu achei que já estava vingado e feliz pela minha façanha, foi que o pior aconteceu, é verdade, algo muito pior aconteceu,
como se não bastasse tudo que eu passei naquela loja, o susto que eu levei ao ser ameaçado de ir pra cadeia, de levar uma boas bordoadas da polícia e toda aquele situação hedionda, ainda houve espaço para mais uma desgraça pra completar o meu desgraçado dia.
Na hora que eu fui descer do carro em frente a minha casa, a minha mãe estava na calçada me esperando, como ela fazia todo santo dia, se eu me atrasasse mais de dez minutos, (olha que já tinha dezenove anos) quando o carro parou exatamente perto da minha mãe:
O MALDITO RELÓGIO DESPERTOU!
Ninguém é capaz de imaginar o aconteceu...
Pois é...

calma galera! daí eu acordei, tudo não passou de um sonho








6 comentários:

Navegante_X disse...

Cadê o resto da estória?

Anônimo disse...

Cara, pra quê baixar um arquivo pra ler o resto da história? pensa que eu sou bobo? tava afim de saber o resto da ficção e tu me vem com essa de fazer download de um arquivo que pode ter algum programinha malicioso... afff... esplica isso aí!

Anônimo disse...

explica com s foi tenso, só corrigindo!

Anônimo disse...

essa estória é só papo! retardado!

Anônimo disse...

eguaaa, cade o resto ??
gostei do teu blog, ta bacana, só precisa organizar mais as músicas.

Anônimo disse...

Sacanagem...