terça-feira, 25 de agosto de 2009

Para ser mãe não precisa parir

Por Sidney Oliveira

Quando eu nasci, minha mãe faleceu durante o parto, meu pai desapareceu antes mesmo que eu nascesse. Começa aqui uma história de tristeza, pelo fato de perder o pai e literalmente a mãe, porém de alegria, porque colocou alguém que foi sem dúvida alguma, a mais importante de toda a minha existência.

Nessa época minha bisavó tinha 78 anos, ela se chamava Helena, tinha dois filhos, Marília que era minha avó, tinha 65 anos e Jorge, filho temporão de apenas 35 anos, fruto de uma aventura logo após a morte do meu bisavô. Como era a matriarca da família, ela reuniu todos e decidiu que ficaria responsável por mim, “apenas enquanto ela vivesse”. Depois que ela morresse, minha avó materna assumiria a guarda.

Quando completei 15 anos, tia Marília sofreu um derrame cerebral fatal e não resistiu.

Agora estaria sob a custódia do meu tio avô Jorge, mas somente, “depois que ela morresse”. Já não havia nem necessidade de me criar, somente um extremo apego daquela velhinha por mim.

Os anos foram-se passando, eu me formei em direito, comecei a trabalhar em um escritório e casei aos 22 anos com a minha secretária, um ano após nosso casamento nasceu minha amada filha Helena, comprei um apartamento e trouxe minha bisavó Helena para morar comigo.

Hoje foi o meu aniversário de 28 anos e o de cinco anos de minha filha Helena, um dia de festa e de muita alegria pela minha filha e tristeza pelo falecimento da pessoa que mais me amou.

Obs. Dona Helena faleceu aos 106 anos sentada, com sua tetraneta Helena de cinco anos no colo, durante a festa.

2 comentários:

Jefferson do R. Nascimento disse...

aê camarada, emocionante essa história... mas creio que helena está em paz e feliz por vc está bem, a história me arrepiou pq é emocionante. abraços!

Anônimo disse...

Kyrah

Não contive as lágrimas de emoção. Feliz em ler histórias do tipo, tão singulares...amor verdadeiro de família. Linda! =) gostei muito das músicas. Muito obrigada! =P